domingo, 2 de novembro de 2008

Nietzsche - do julgamento da civilização à questão da existência humana


As filosofias da existência propriamente ditas surgiram somente no século XX, mas sofreram grande influência do pensamento de alguns filósofos, entre eles : Schopenhauer, Kierkegaard, Husserl e Nietzsche.

Friedrich Nietzsche nasceu em Rocken, em 1844, uma localidade da Alemanha atual. Filho de um culto pastor protestante, possuía um gênio brilhante, tendo estudado grego, latim, teologia e filosofia. Em 1869, tornou-se professor titular de filosofia na Basiléia. E a partir da leitura de ‘O mundo como vontade e representação’, de Schopenhauer, sentiu-se profundamente atraído pelas reflexões filosóficas. Nietzsche critica a tradição da filosofia ocidental a partir de Sócrates, a qual acusa de ter negado a intuição criadora da filosofia anterior, pré-socrática. Nessa análise, estabelece a distinção entre dois princípios:
O apolíneo e o dionisíaco - a partir, respectivamente de Apolo (deus da razão, da clareza, da ordem) e Dionísio (deus da aventura, da música, da fantasia, da desordem). Para Nietzsche, esses dois princípios ou dimensões complementares da realidade, o apolíneo e o dionisíaco, foram separados na Grécia socrática, que, ao optar pelo culto à razão, secou a seiva criadora da filosofia contida na dimensão dionisíaca.
Posteriormente, Nietzsche desenvolve uma crítica dos valores morais, ao propor uma nova abordagem dese mesmo tema: em "A genealogia da moral", ele estuda a origem e a história dos valores morais. A conclusão de Nietzsche foi a de que "não existem as noções absolutas de bem e de mal". Para ele as concepções morais surgem com os homens, a partir das necessidades dos próprios homens, ou seja, são produtos da história humana. Os homens são os verdadeiros criadores dos valores morais, sobretudo das religiões.
Nietzsche julga um erro a submissão irrefletida aos valores dominantes da civilização cristã e da burguesa.
Pode ser considerado o primeiro niilista. Ser niilista significa não crer em nenhuma verdade moral ou hierarquia de valores pré-estabelecidos, o niilismo de Nietzsche baseava-se na afirmação da ‘morte de Deus’ isto é, na rejeição à crença de um ser absoluto, transcendental, capaz de traçar ‘o caminho, a verdade e a vida’ para o ser humano.

Arthur Schopenhauer



O filosofo alemão Arthur Schopenhauer.[1788-1860] foi o que atacou com maior veemência o pensamento de Hegel. Na sua opinião, Hegel seria um verdadeiro charlatão, que construiu sua filosofia os interesses do Estado prussiano.
Critico de Hegel, o filosofo Schopenhauer, desenvolveu uma visão pessimista da vida, encarada como uma historia de sofrimento. Por isso, aconselhava ‘´é mais feliz aquele que consegue viver sem grandes sofrimentos do que o outro que vive cercado de alegrias e prazeres[...] O tolo vive perseguindo a alegria da vida e acaba ludibriado, enquanto o sábio procura evitar o mal. ‘
Na obra “O mundo como vontade e representação”, Schopenhauer sustenta que, como o conhecimento é uma relação na qual o objeto é percebido pelo sujeito, o homem não conhece as coisas como elas são, mas como elas podem ser percebidas e interpretadas. Nesse aspecto, faz um retorno a Kant e se opõe à possibilidade do absoluto que Hegel preconizava. Para Schopenhauer, tudo o que o mundo inclui ou pode incluir é inevitavelmente dependente do sujeito, não existindo senão para o sujeito. O mundo é representação.
Com isso, ele quer dizer que não existe uma realidade exterior absoluta e que, para existir o conhecimento do mundo, e preciso existir o sujeito.
Dessa forma, Schopenhauer se afasta da reflexão de Kant e inicia sua própria filosofia. A representação do mundo é entendida por ele como “ilusão!, pois o objeto conhecido é condicionado pelo sujeito. Admite ser possível alcançar a essência das coisas, através de insight intuitivo, de uma espécie de iluminação. Nesse processo, a arte teria grande relevância, pois a atividade estética permitiria ao homem a compreensão da verdade. Pela arte, o sujeito se desprenderia de sua individualidade pra fundir-se no objeto,numa entrega pura e plena. Nesse ponto Schopenhauer seria um romântico”.
Sua filosofia, por outro angulo, se caracteriza pr uma visão pessimista do homem e da vida. Para ele, o ser humano seria essencialmente vontade, que o levaria a desejar sempre mais, produzindo uma insatisfação constante. Essa vontade, que se nas ações humanas. Se a essência do homem e do mundo é essa vontade insaciável, Schopenhauer identifica ai a origem das lutas entre os homens da dor e do sofrimento.
A historia é, para ele, a historia de lutas, onde “a infelicidade é a norma”, a regra geral. Portanto, a recusa da concepção racionalista de historia, elaborada por Hegel, segundo a qual a historia possui um sentido e progride em direção a uma maior liberdade. Para Schopenhauer, apenas pela arte e a ascese, ou seja, o abandono de si, pode o homem se libertar d dor. Inspirará as chamadas filosofias da existência.

Hegel: um projeto de conhecimento universal


George Wilhelm Friedrich Hegel [1770-1831], nascido em Stuttgart, foi o principal expoente do idealismo alemão. Ponto culminante do racionalismo. Busca oferecer respostas para o maior número de questões ao tentar reconciliar a filosofia com a realidade. O sistema “hegeliano” constitui a última grande expressão de um idealismo cultural, a última grande tentativa para fazer do pensamento, o refugio da ‘razão e da liberdade’.

Alguns pontos básicos do pensamento de Hegel:
1o) Entendimento da realidade como Espírito. Entender a realidade como espírito, de acordo com a filosofia de Hegel, é entende-la não apenas como substância - um enrijecimento do espírito, como pensava Schelling -, mas como sujeito. Isso significa pensar a realidade com processo, como movimento, e não somente com coisa (substância).
2o) A realidade, enquanto Espírito, possui uma vida própria, um movimento dialético. Ou, os diversos movimentos, sucessivos e contraditórios, pelos quais, determinada realidade se apresenta.
Hegel quer captar em sua filosofia o movimento dialético da realidade. Assim como um botão precisa desaparecer para que a flor surja, e a flor desaparece para que surja o fruto, da mesma forma, todas as coisas passam por um processo dinâmico de transformação que leva a uma síntese superior.
Nesse exemplo, Hegel ressalta que a realidade não é estática, mas dinâmica, e em seu movimento apresenta momentos que se contradizem entre si, sem, no entanto, perderem a unidade do processo, que leva a um crescente auto-enriquecimento.
Esse desenvolvimento, que se faz através do embate e da superação de contradições, Hegel denominou dialética.
Hegel compreende esse movimento do real, ou do Espírito que se realiza, como um movimento que se processa em três momentos:
- O primeiro, do ser em si;
- O segundo, do ser outro ou fora de si;
- O terceiro, do ser para si.
Esses três momentos, são comumente chamados de tese, antítese e síntese.
Hegel, os concebe como um movimento em espiral, um movimento circular que não se fecha, pois cada momento final, que seria a síntese, se torna a tese de um movimento posterior, de caráter mais avançado. O fio condutor dessa reflexão totalizante é a relação entre finito e infinito. Hegel acredita que o trabalho da filosofia é um trabalho de superação do entendimento finito e, limitado, das coisas finitas e limitadas, para alcançar o saber absoluto, que é o saber da coisa em si.
Como sistema filosófico a obra de Hegel procura demonstrar esse caminho do conhecimento finito ao conhecimento absoluto em vários campos do saber.
Em relação ao Espírito, Hegel reconheceu três momentos:
- O espírito subjetivo (que se refere ao indivíduo e à consciência individual);
- O espírito objetivo (que se refere às instituições e costumes historicamente produzidos pelos homens);
- O espírito absoluto (que se manifesta na arte, na religião e na filosofia, como espírito que se compreende a si mesmo). Hegel diz que ‘a história é o desdobramento do Espírito no tempo’. Tudo que é real, é racional, tudo que é racional é real. Isso equivale a dizer que todas as coisas existentes, mesmo as piores, fazem parte de um plano racional e que, portanto, tem um sentimento dentro do processo histórico. Tal afirmação hegeliana recebeu inúmeras crítica, já que pode levar a um certo conformismo ou a uma passividade diante das injustiças sociais. Marx foi um de seus principais críticos.

Immanuel Kant: o iluminismo alemão


O maior representante do Iluminismo alemão, Kant realizou em suas obras o exame das possibilidades de conhecimento da razão humana, estabelecendo os limites e as condições nas quais a razão pode conhecer o mundo.
Nascido em Konigsberg, na Alemanha [1724-1804] teve vida longa e tranqüila. Kant é o maior filosofo do Iluminismo alemã. Em seu texto – O que é a ilustração – o filosofo sintetiza o otimismo iluminista em relação à possibilidade de o homem se guiar por sua própria razão, sem se deixar enganar pelas crenças, tradições e opiniões alheias.
Ele apresenta o processo de ilustração como sendo, a tomada de consciência por ele da autonomia da razão na fundamentação do agir humano.
O ser humano, como ser dotado de razão e liberdade, é o centro da filosofia Kantiana. Kant afirma que a filosofia deve responder a quatro questões fundamentais: O que posso saber? Como devo agir? O que posso esperar? O que é o ser humano?
Tentando responder essas questões, ele desenvolveu um exame crítico da razão, a fim de investigar as condições nas quais se dá o conhecimento humano. Esse exame está contido em sua obra mais celebre: “Crítica da razão pura”.
A capacidade de conhecer
Na Crítica da razão pura, ele distingue duas formas básicas do ato de conhecer:
O conhecimento empírico – a posteriori – aquele que se refere aos dados fornecidos pelos sentidos, isto é, que é posterior à experiência. Exemplo: Este livro tem a capa verde;
O conhecimento puro – a priori – aquele que não depende de quaisquer dados dos sentidos. Que é anterior a experiência. Nasce puramente de uma operação racional. Ex. duas linha paralelas jamais se encontram no espaço. É uma afirmação universal é uma afirmação que para ser válida, não depende de nenhuma condição especifica. Trata-se de uma afirmação necessária. O conhecimento puro, portanto conduz a juízos universais e necessários, Os juízos, por sua vez, são classificados por Kant em dois tipos; Os analíticos e os sintéticos. O juízo analítico, é aquele em que o predicado já está contido no sujeito. Ex: o quadrado tem quatro lados. Analisando o sujeito quadrado, concluímos, necessariamente, o predicado: tem quatro lados. O juízo sintético – é aquele em que o predicado não está contido no sujeito. Ex: Os corpos se movimentam. Por mais que analisemos o conceito “corpo”[sujeito] não extrairemos a informação representada pelo predicado “se movimentam”.
Juízo analítico – Serve para explicar aquilo que já se conhece do sujeito. O juízo analítico é universal e necessário. Mas a rigor, é pouco útil , no sentido de que não conduz a conhecimentos novos.
Juízo sintético a posteriori - - está diretamente ligado a nossa experiência sensorial. Tem uma validade sempre condicionada ao tempo e ao espaço em que se deu a experiência.
Juiz sintético a priori – É o mais importante por dois motivos: A) não estando limitado pela experiência, é universal e necessário e, B) seu predicado acrescenta novas informações ao sujeito, possibilitando uma ampliação do conhecimento.

O conhecimento: É o resultado de uma síntese entre o sujeito que conhece e o objeto conhecido. Segundo Kant, é impossível conhecermos as coisas em si mesmas [o ser em si]. Só conhecemos as coisas tal como as percebemos [o ser para nós].
Essa posição epistemológica de Kant significa uma síntese entre idealismo e realismo.pois, para ele, o conhecimento não é dado nem pelo sujeito nem pelo objeto, mas pela “relação” que se estabelece entre esses dois pólos. O que podemos conhecer são apenas os “fenômenos” , ou seja, os objetos tais como eles aparecem para nós, mas não como eles são em si mesmos.
Não podemos conhecer as coisas em si?
Porque percebemos a realidade a partir das formas a priori da sensibilidade: o ‘tempo’e o ‘espaço’ isso quer dizer que a nossa capacidade de representar as coisas se dá sempre no tempo e no espaço. Essas noções são ‘intuições puras’ existem como representantes básicas na nossa sensibilidade.
Através de seu racionalismo critico, Kant tentou formular a síntese entre sujeito e objeto, entre racionalismo dogmático e empirismo, mostrando que, ao conhecermos a realidade do mundo, participamos de sua construção mental, ou seja: das coisas conhecemos a priori só o que nós mesmos colocamos nelas.

A ética kantiana
Na “critica da razão pratica”, Kant faz o exame do comportamento moral.
Para Kant, não é possível dizer nada sobre a ‘alma humana’ e sobre ‘Deus’ pois eles ultrapassam a nossa capacidade de entendimento. Isso colocou um problema em relação à tradição moral, até então alicerçada na existência de Deus. Sendo impossível provar a existência ou não de Deus, Kant fundamentou a moral na ‘autonomia da razão humana’, isto é, na idéia de que as normas morais devem surgir da razão humana.
Dessa forma ele recusou todas as éticas anteriores, fundamentadas em normas e valores de origens diversas.
Ele entende que a razão é uma característica universal dos seres humanos, sendo a característica propriamente humana , que nos distingue dos outros seres da natureza.
Assim para impedir que os indivíduos se deixem levar pelos seus desejos, paixões ou motivos particulares, é a razão que deve indicar quais são os deveres e normas a serem seguidos de uma forma universal.
Kant afirmou que conduta humana deve se pautar pela seguinte orientação básica, que ele denominou ‘imperativo categórico’. Age de tal forma que o princípio moral de tua ação possa tornar-se uma lei universal. Para Kant, o objetivo maior da educação é o desenvolvimento moral ou seja, possibilitar ao indivíduo que elabore sua autonomia moral. Com isso Kant quer dizer que ao agirmos, devemos pensar se aquilo que estamos fazendo poderia ser feito também por todas as outras pessoas, sem prejuízo para a humanidade.
Para Kant, também, o fundamental na avaliação de uma conduta moral é a intenção de que praticou, independentemente dos efeitos que tal conduta possa vir a provocar. E a melhor intenção é aquela que se volta para o cumprimento do dever. Agir de acordo com o dever é , agir de acordo com os princípios racionais. Não basta, para uma ação ser considerada moralmente boa. É preciso mais do que isso:é necessário que o individuo ‘reconheça’ naquele dever o principio racional que o sustenta.
Essa intenção bem determinada em relação à aceitação e ao cumprimento do dever é o que ele designa ‘boa vontade’, a boa vontade é o que caracteriza a ação moralmente correta. Kant dirá: A liberdade é a condição da lei moral. Só pode ser considerada uma ação moral aquela que for realizada de forma livre e autônoma. Sem liberdade, não há verdadeiramente moral. Kant, propondo uma concepção de liberdade que coincide com o atendimento do dever, pois para ele a liberdade seria uma possibilidade advinda da razão, a qual nos liberta dos caprichos e inclinações próprios dos sentidos. Dessa forma, a liberdade como uma exigência de moralidade, do mesmo modo as idéias da existência de Deus e da imortalidade da alma, são necessidades morais do homem.A ética kantiana e´ uma ética ‘formalista’. Ela não fornece os conteúdos morais, apenas o imperativo categórico, que deve servir como ‘orientação na escolha desses conteúdos’ baseada em uma concepção de uma natureza humana racional e livre. Kant é um dos filósofos que mais influenciaram o pensamento contemporâneo.

David Hume


O costume é, pois, grande guia da vida humana. É o único principio que torna útil nossa experiência e nos faz esperar, no futuro, uma série de eventos semelhantes àqueles que aparecem no passado.
Nascido em Edimburgo, Escócia, David Hume [1711-1776] estudou filosofia , Direito e comércio. Ocupou importante posição na diplomacia inglesa. Estabeleceu contatos com grandes pensadores da época, entre eles, Adam Smith e Jean Jacques Rousseau.
Na obra – Investigação acerca do entendimento humano- Hume formulou a sua teoria do conhecimento. Dividiu, primeiramente, tudo aquilo que percebemos em impressões e idéias. As impressões referem-se aos dados fornecidos pelos sentidos, como, pr exemplo, as impressões visuais,auditivas, táteis. As idéias referem-se às representações mentais [memória, imaginação] derivadas das impressões . assim, toda idéia é uma cópia de alguma impressão
Para Hume, somente o raciocínio dedutivo, utilizado na matemática fundamenta-se numa lógica racional.
O grande valor da obra de Hume foi ter deixado um importante problema para os teóricos do conhecimento [epistemologistas] , afinal, é ou não possível partirmos de experiências particulares para chegarmos a conclusões gerais, representadas pelas leis cientificas?
Enquanto o senso comum acredita que por meio de observações repetidas realizadas no passado, podemos justificar nossas expectativas futuras, Hume sustenta que a repetição de um fato não nos permite concluir em termos lógicos , que ele continuará a repetir-se da mesma forma, indiferentemente. Assim, Hume revela um ceticismo teórico. Desconfiado das convicções arraigadas pelo hábito, o cientista deve apresentar suas teses como probabilidades lógicas e não certezas irrefutáveis.

A existência das coisas nada mais é, do que a percepção que temos dessa existência.


George Berkeley desenvolveu uma reflexão que, ao mesmo tempo, afirma e nega o empirismo. Afirma o empirismo quando reconhece que todo conhecimento provém dos sentidos, que percebemos os seres existentes. Mas nega o empirismo, quando diz que os seres existentes se reduzem à percepção que nós temos deles.
Nascido em Kilkenny, na Irlanda do Sul, George Berkeley, (1685-1753), fez seus estudos superiores no Trinity College de Dublin, onde mais tarde se tornaria professor, lecionando grego e teologia. Em 1710, aos 25 anos, publicou o “Tratado sobre os princípios do conhecimento humano”. Em 1734, tornou-se bispo da Igreja Anglicana.
Berkeley defende que todo o nosso conhecimento do mundo exterior resume-se a aquilo que captamos pelos sentidos. Assim a, existência das coisas nada mais é, do que a percepção que temos dessa existência.
Isso significa que toda a realidade material restringe-se à idéia que fazemos das coisas Berkeley nega, desse modo a existência da ateria, com o substancia independente da mente, “o que os olhos vêem e as mãos tocam existe; existe realmente, não o nego”. Só nego o que os filósofos chamam matéria ou substância corpórea, ou seja, apesar de seu empirismo, Berkeley, como homem religioso que era, defendeu a imaterialidade do mundo.Berkeley defendeu a existência de uma mente cósmica representada por Deus, para ele, Deus percebe de modo absoluto, a existência de todos os seres. E essa percepção de Deus é que garante e sustenta a existência das coisas, mas sempre como “seres percebidos”, pela mente divina. Pra Berkeley, o mundo nada mais é do que uma relação entre Deus e os espíritos humanos.

Ao nascer o homem é uma tábula rasa


Um dos maiores representantes do empirismo, Locke afirma que não há nada em nossa mente que não tenha passado antes pelos nossos sentidos.
Nascido em Wrington, Inglaterra, John Locke (1632-1704) estudou na universidade de Oxford, formou-se em medicina.
Em 1675, exilou-se na França, deslocando-se, mais tarde, para a Holanda, Regressou à Inglaterra somente em 1688, participando da chamada Revolução Gloriosa , que levou Guilherme de Orange ao trono da Inglaterra. Em sua obra “Ensaio acerca do entendimento humano”, defendeu que nossa mente, no instante de nascimento, é como uma tabula rasa, um papel em branco sem nenhuma idéia previamente escrita.
Todas as idéias que possuímos são adquiridas a longo da vida mediante o exercício da experiência sensorial e da reflexão. Locke utiliza o termo idéia no sentido de todo conteúdo do processo do conhecimento.
Para ele, nossas primeiras idéias, as sensações, nos vêm à mente através dos sentidos (experiência sensorial), sendo moldadas pelas qualidades próprias dos objetos externos.pr sensação Locke entende, pr exemplo, as idéias de amarelo, branco, quente, frio, mole, duro, amargo, doce etc.Depois, combinando e associando as sensações, por um processo de reflexão, a mente desenvolve outra série de idéias que, segundo Locke, não poderia ser obtida das coisas externas, tais como a percepção, pensamento, o duvidar, crer, raciocinar.