sexta-feira, 13 de junho de 2008

Helenismo: o mundo da solidão humana

Com a conquista da Grécia pelos macedônicos (322aC.), tem início o chamado período helenístico. Devido á expansão militar do Império Macedônico, efetuada por Alexandre Magno, o período helenístico caracterizou-se por um processo de interação entre a cultura grega clássica e a cultura dos povos orientais conquistados.
Na historia da filosofia, a produção filosófica do período helenístico corresponde basicamente à continuação das atividades das escolas platônica.
Há uma transformação em relação ao passado nesse período. Os valores gregos mesclam-se com as mais diversas tradições culturais. E o cidadão não pode mais influir na vida política.
Com o declínio da importância da participação do cidadão nos destinos da cidade, a reflexão política é abandonada pela filosofia, substitui-se, assim, a vida pública pela privada como centro de reflexões. As preocupações coletivas cedem lugar às preocupações individuais.
As principais correntes filosóficas desse período vão tratar da intimidade da vida interior do homem. Formulam-se, então, diversas regras de conduta. “ artes de viver” “filosofias de vida” . a principal preocupação dos filósofos é proporcionar aos indivíduos desorientados alguma forma de paz de espírito, alguma forma de felicidade interior.
Entre as novas tendências que surgiram, registramos a fundação de escolas filosóficas como:
O estoicismo – de Zenão de Cítio (336-263 aC.), Os estóicos, defendiam uma atitude de completa austeridade física e moral, baseada na resistência do homem ante os sofrimentos e os males do mundo. Seu ideal de vida, designado pelo termo grego apathéia (apatia), era alcançar uma serenidade diante dos acontecimentos.
O epicurismo – de Epicuro (324-271 aC.), propunha a idéia de que o ser humano deve buscar o prazer da vida., pois o prazer estaria vinculado a uma conduta virtuosa. O supremo prazer seria de natureza intelectual e obtido mediante o domínio das paixões. O epicurismo, posteriormente, serviu de base ao hedonismo, filosofia que também defende a busca do prazer, mas que não diferencia os tipos de prazeres.
O pirronismo – de Pirro de Elida (365-275 aC.), Nenhum conhecimento é seguro, tudo é incerto, o pirronismo defendia que se deve contentar com as aparências das coisas, desfrutar o imediato captado pelos sentidos e viver feliz e em paz, em vez de se lançar à busca de uma verdade plena. O pirronismo é considerado uma forma de ceticismo, que professa a impossibilidade do conhecimento, da obtenção da verdade absoluta;O cinismo – o termo cinismo vem do grego kynos, que significa “cão”, e designa a corrente dos filósofos que se propuseram a viver como os cães da cidade, sem qualquer propriedade ou conforto. Levavam ao extremo a filosofia de Sócrates, segundo a qual o homem deve procurar conhecer a si mesmo e desprezar todos os bens materiais. Por isso Diógenes, o pensador mais destacado dessa escola, é conhecido como o” Sócrates demente”, pois questionava os valores e as tradições sociais e procurava viver estritamente conforme os princípios que considerava moralmente corretos.

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